quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ao meu filho

Filho querido, você não nasceu ainda.

Você é uma idéia, um sonho, um sopro no cosmos.

E, de uma maneira inexplicável, eu percebo sua presença. E te amo.

Você é uma criança tão bela!

Você começou a falar muito cedo, e desde então as palavras ficaram mais doces.

Todos os dias durmo ouvindo a sua voz, e acordo com saudade de sentir seu pequenino corpo no meu colo.

Filho, você é tão frágil!

Não ande descalço, menino! Vê se come tudo, e não senta tão perto da televisão. Pode ficar sossegado, o bicho-papão já foi. Se você se comportar, te compro uma bicicleta. Ah, meu amor, me perdoe! Claro que sei como você se sente.

Agora me abrace. Peça desculpas à professora. Dá um beijo na mamãe. Escreve para mim: “eu te amo”.

Filho, você é tão forte!

Nos dias mais cinzentos, seu olhar inocente é um arco-íris. Quando andamos na rua de mãos dadas, é para que eu não caia. Quando te coloco para dormir, também sinto medo do escuro.

Ainda não sei se você será um advogado ou um pintor.

Também não sei se você vai gostar de teatro ou cinema, se vai comer verduras ou pizza, se vai me contar seus segredos.

Há tantas coisas para saber! Tantas coisas a aprender com sua sábia ingenuidade, seu jeito espontâneo!

Um dia, meu filho, eu fui como você, e a vida era tão simples! Eu podia sorrir e chorar várias vezes no mesmo dia, e depois dormir tranquilamente.

Agora a vida é cheia de caminhos, e muitos deles me partem por dentro... Sinto saudades de você, pois você não chegou ainda.

Preciso de você.

Preciso que você precise de mim.

Aguardo, insone, que você venha me ninar.

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